1 de ago. de 2010

Mesmo salario para todos







































Se hai unha web coa que convén remexer e argallar de cando en cando é http://salarios.infojobs.net/. Entre as tendencias curiosas da crise que percebín alí está a homoxeneización de salarios. Isto que nun principio podería semellar un sintoma de igualdade agocha unha ausencia de diferenciación de CVs no mercado laboral e unha esixencia de mobilidade total para acceder a calquera emprego. Os deliñantes deveñen improvisados informáticos de mantemento, os dependentes de tenda tanto fan de encargados como de mozos de carga e limpadores (por iso en Día nunca se pode pagar cun de 50€ a partir no serán!!!), aos contables pídeselles que sexan fiscalistas e laboralistas, os enxeñeiros xa non son simples calculistas senón comerciais, consultores e burocratas, as secretarias preparan todo tipo de documentos en todo tipo de linguas, eventos e viaxes, as queixas dos clientes pasan por call-centers onde o mesmo (de mal) se atende unha avaría que unha baixa dun contrato e así a marca vai substituíndo aos poucos ao nome do profesional (conversa verídica cun banco on-line:
- Con quen teño o pracer de falar?
- non estou autorizado a dicirllo, señor).

Tocar ocasionalmente de todo un pouco pode resultar divertido e instructivo mas, se o eido de traballo se vai estendendo, os perfís pretendidamente xeralistas rematarán sendo simplemente unha masa anónima e uniforme de empregados que vai levando as tarefas como pode no canto daqueles expertos que oferecen unha solución persoalizada e case artesanal.

17 de xul. de 2010

FMI, não disparem

A economia europeia nestes últimos dois anos tem-se caracterizado por um incessante tapar buracos baixo as continuas dicas do FMI, um remendar contínuo do telhado (défices, dívida e tasa de juros) sem cuidar-se o estado da estrutura (capacidade industrial, formação efectiva e inovação)

As debilidades estruturais do Sul da Europa têm-se tornado mais visíveis na medida em que se foi perdendo financiamento externo. Decuidaram-se os bens transaccionáveis internacionalmente (indústria em geral) para crescer fragilmente em base aos bens que não se podem exportar (construção, utilites, restaurantes, pequenos serviços e lazer).

É verdade que o nosso mercado de trabalho é rígido mas as medidas foram erradas. A baixa dos ordenados de um corpo de funcionarios hipertrofiado e o despedimento barato não solucionam realmente os problemas. A congelação dos quadros de funcionários e os incentivos ao bom desempenho na administração teriam sido muito mais eficazes do que um castigo geral e indiscriminado.
Alem disto, existe um vazio legal com o freelancismo casual que trava os novos pequenos empregos e o emprendedorismo enquanto premeia o trabalho à margem da lei fiscal. Neste eido acho ajeitada a proposta de Iván Prado: http://www.ivanprado.es/2009/06/propuesta-para-el-gobierno-facturacion.html
A lei de arrendamentos tambem resulta tão rígida que nem sequer garante um marco legal para os alugueres por menos de um ano, o que dana a mobilidade dos estudantes com menos recursos (que só precisam um aluguer de 8-9 meses) e dos trabalhadores de verão (que só necessitam de três a seis meses).

Por outra banda, os bancos e caixas com uma má gestão foram avalados com dinheiro público em lugar de incentivar a concorrência com um banco público. Hoje, essas instituiçoes focam sua atenção na apresentação de umas contas anuais aceitáveis pelo mercado de valores em vez de tentar obter lucro no longo prazo. Isto passa o problema financeiro da banca para a dívida do estados e para as famílias e pequenas empresas que, mesmo sendo rendíveis, não possuem acesso ao crédito para ajustar os diferentes tempos de compras e vendas.

Finalmente, a rigidez orçamental imposta pelo FMI e que foi aceite pelos governos contra a vontade popular não permitira a utilização dos instrumentos macroeconómicos necessários para superar a crise estrutural ou uma longa estagnação. Existem exemplos recentes do fracasso das medidas de redução do investimento publico, da ausência de um stimulus plan, na crise Argentina e na chamada década perdida do Japão. Veja-se http://en.wikipedia.org/wiki/Lost_Decade_(Japan)

23 de maio de 2010

Após un 17-M: afondando nos complexos.


Moitas foron as cousas que me amolaron na semana do 17-M en Madrid:

Afondando no complexo #1: cultura galega é iso que se pasa na aldea.

Mediáticamente a figura do persoeiro homenaxeado - Uxío Novoneyra- ficou reducida ao cliché da súa vida rural no Courel cando o certo é que os anos do Novoneyra urbanita e bohemio en Madrid, no tempo dos Brais Pinto, dan polo menos para telos en conta. Isto semella estar na liña das esforzadas tentativas quer maliciosas quer malinformadas por reducir a imaxe da cultura galega ao eido rural.

Afondando no complexo #2: Galicia, grelos e lacón, tacón-punta-tacón.

A actividade cultural e de promoción da Casa de Galicia en Madrid, dependente da Xunta, foi invisíbel nestas datas, sen referencias ao poeta en Madrid. Iso sí, a Xunta está a subvencionar o reparto de polbo á feira, empanada e albariño en diversos barrios da capital do Estado. A programación da semana da cultura catalá en Madrid (con mostras de teatro, deseño industrial, performances na rúa, concertos e moda) serve para aprender das diferenzas de marca de país: Galicia vese en Madrid como un resort turístico de baixo custo, Cataluña vese como un tecido cultural e empresarial.

Afondando no complexo #3: yes, we speak Newspeak.

Xa para rematar esta asinalada semana, anunciose a publicación no DOG do decretazo orweliano que proclama a liberdade de ser un ignorante lingüistico (do galego, ou Oldspeak, enténdese). O presidentiño recolleu o agardado aplauso da intelligentsia neocon partisana. Sacrificar parte do patrimonio inmaterial ben pode valer unha cadeira ministerial.

7 de abr. de 2010

Virando o jogo da mudança de emprego


Quase toda a gente que consultei diz que esta é a hora de manter o emprego, que não estamos para aventuras, etc... A razão para tanta cautela é o medo a uma crise econômica alargada e um mercado que não está cheio de ofertas, especialmente no Estado Espanhol onde o desemprego afecta a um em cada quatro jovens. Mas eu acho que a mudança sempre pode ocorrer e ser positiva, independentemente de se o momento é de crise econômica ou de se um é jovem, com a atitude positiva ajeitada, focando-se num nicho e pensando globalmente e no longo praço.

Há três perguntas definitivas para se convencer da necessidade da mudança de emprego:

1 - A companhia proporciona-me cursos e treinamento técnicos e de gestão para o meu "aggiornamento"?

2 - Está o sector em crescimento exponencial, lineal ou assintótico?

3 - Estou a fazer um trabalho internacional e ligado a países em pós-recessão?

Qualquer crise é dolorosa mas ensina a ver as coisas sob uma nova perspectiva. No passado, quando o mundo inteiro enfrentou uma forte crise industrial, financeira ou imobiliária, quem estava incerto sobre sua carreira profissional achou melhor não arriscar; mesmo quem estava infeliz, aprendeu a gostar do seu trabalho até que a maré melhorasse. Neste momento, o mercado está bastante competitivo e esperar-se-á muito mais de qualquer profissional:
- Coragem para arriscar mesmo em momentos difíceis.

- Criatividade para pensar diferente e paixão pelo que se faz.

- Capacidade de auto-aprendizagem e investimento permanente em aumentar as qualificações.

- Visão generalista e função de especialista.

Como disse o escritor George Shaw: "Não há progresso sem mudanças. E quem não se consegue mudar a si mesmo, acaba não mudando coisa alguma".

6 de feb. de 2010

A era dos parvos con contactos

Nestes tempos que corren semella que calquera imbécil cun portátil e wifi é capaz de parir un blog ou unha web e vender as súas receitas milagreiras 2.0 para saír da crise, a cada cal mais radical e mais neocon, esquecendo a diagnose profunda da crise, isto é, a grande doenza ibérica, a pandemia de estupidez e nepotismo institucionalizados.

Desde Darwin sabemos que compartimos unha orixe común con outras especies e que todas as especies teñen que soportar as súas doses cotiás de medos, mágoas e males. No entanto, os seres humanos teñen a desgraza de ter que apandar co engadido de dores causadas por un grupo de persoas pertencente ao xénero humano. Este grupo é moito mais poderoso que as mafias, os lobbies petroleiro e farmacéutico ou os grupos terroristas internacionais. Non se trata dun grupo organizado, rexido por leis e xefazos, mas actúa en perfecta harmonía como unha forza universal e omnipresente. Trátase do grupo dos parvos, dos estúpidos e dos imbéciles de remate con contactos.

Algúns parvos, como os tradicionais tontos del pueblo, xeran só danos limitados mas hai outros que levados a posicións de autoridade e poder chegan a ocasionar danos terríbeis a comunidades, empresas e sociedades enteiras. As clases e castas familiares, políticas, financeiras, burocráticas, mediáticas e eclesiásticas foron as que permitiron até hoxe un fluxo constante de persoas estúpidas a postos onde se causa o maior dano. Porque os parvos poden ser parvos mas téñense en alta estima e saben que os favores no Sul de Europa compénsanse criando unha montra virtual que cobre da res publica por vender relatorios sen moito fundamento ou vaporware.

Non teño calquera idea de por que funciona ou non funciona a economía mas estou certo de que non será porque xente brillante a estea a dirixir. Se se suman todas as decisións económicas e empresariais absurdas, nun 10% dos casos as parvoíces poden chegar a compensarse e mesmo producir algúns resultados razoábeis. Os restante 90% dos emprendimentos empresariais fracasa antes dos dez anos. Este feito proba que a pseudo ciencia económica non pode predecir, da mesma maneira que non pode ser predecido o intre preciso dun terremoto. Con todo, ilustrísimos parvos diplomados continuarán tentando vendernos políticas baseadas en tendencias e futuroloxía.

Ademais, os parvos, na arrogancia epistémica do manichment, manteñen un circo económico, financeiro, educativo e lexislativo tan complexo que xa ninguén é capaz nin de desvendar a estupidez xeneratriz nin de entender nada no medio do barullo de neoloxismos, acrónimos e institucións que certifican o bo que é todo. Isto explica que pasamos boa parte da xornada racionalizando estupideces, tentando aceptar como lóxico o que realmente non o é, falsificando a imaxe para adaptarnos ao mercado, falando en newspeak sen dicir nada, hipnotizados catro horas diarias perante a TV... até que xa non resta mais fume que vender e o xogo de parvos remata con nóminas á baixa, hipotecas sen pagar e un 20% de desemprego.

14 de xan. de 2010

E-aprendendo

Num mundo em constantes mudanças e inovações é necessário reflectir e repensar novas formas de levar a informação até as pessoas, para que estas se compatibilizem com as profundas mudanças culturais e sociais a que temos vindo a assistir e que contribuem para a emergência de novos paradigmas pedagógicos perante as novas necessidades.

A sociedade galego-falante urbana encontrar-se-á numa situação de apartheid após a aplicação do decreto de ensino autonómico que visa o uso único da língua maioritaria. A língua galega, em minoria no âmbito urbano, vai perder com toda probabilidade qualquer presença havendo três soluções no actual margo legal:

1- Não fazer qualquer coisa e obrigar á minoria urbana galego-falante a um ensino só em castelhano contra a vontade individual de muitas pessoas e contra o convívio de línguas.
2- Criar instituições de ensino presencial adequadas para essa minoria urbana galego-falante, favorecendo talvez uma outra situação de falta de integração entre a população castelhano-falante e a galego-falante.
3- Fornecer espaços ensino aberto virtualizado com conteúdos de qualidade em língua galega (mesmo galego-portuguesa) em todos os níveis.

A sociedade de hoje assiste a uma mutação da relação com o saber que resulta por um lado, do mais fácil e rápido acesso à informação e, por outro lado, da natureza e organização do trabalho com exigências de formação contínua e uma constante renovação de saberes. Esta mutação resulta também da existência de todo um conjunto de TICs que permitem o máximo de interacção possível e a adequação á diversidade linguistica e cultural de cada utente.

Sirva como exemplo o curso aberto da UNED de Microeconomia em galego
http://ocw.innova.uned.es/ocwuniversia/diplomado_en_ciencias_empresariales/microeconomia-i-v-galego
o curso aberto de Topologia em galego na USC:
http://ocw.usc.es/opencms/gl/servizos/ceta/opencourseware/Lic_Matem/topoloxia/index.html
ou o site da Universidade Aberta de Portugal:
http://www.univ-ab.pt/

O desenvolvimento de espaços flexíveis de ensino-aprendizagem (tipo Instituto de Ensino Secundário a Distância e Universidade Aberta), em que possam ser utilizados todos os recursos disponíveis e possa ser respeitada a heterogeneidade, sem necessidade de grandes investimentos, será o grande desafio para as universidades, administração e empresas nos próximos anos.

Na mesma linha: http://mendinho.blogspot.com/2006/07/uned-en-galego-por-que-non.html